Condição crônica atinge milhões de mulheres e pode comprometer a mobilidade e a qualidade de vida
Mais comum entre mulheres, o acúmulo de gordura nos joelhos provocado pelo lipedema pode levar ao surgimento de artrite, inflamações nos tendões, lesões e dores nas articulações. Entenda as formas de tratamento.
O lipedema é uma condição vascular crônica ainda pouco conhecida, que afeta majoritariamente o público feminino. Caracteriza-se pelo acúmulo anormal e doloroso de gordura, especialmente nas pernas e coxas. De acordo com o Instituto Lipedema Brasil, cerca de 5 milhões de mulheres brasileiras já convivem com a doença.
Mais do que um problema estético, o lipedema compromete o bem-estar de quem sofre com a condição, especialmente pelas dores intensas que se concentram nos joelhos. “Muitos pacientes acabam sendo diagnosticados com tendinites ou problemas nos meniscos, sem saber que a origem da dor pode estar no lipedema”, explica o ortopedista e especialista em joelhos, Dr. Isaías Chaves.
Segundo ele, o distúrbio tem forte componente genético e costuma surgir em momentos de mudanças hormonais, como na puberdade, durante a gestação ou na menopausa. “Essas fases provocam alterações nas fibras nervosas sensoriais por meio de processos inflamatórios, e os joelhos são regiões frequentemente afetadas por esse acúmulo de gordura, o que explica a dor constante nesse local”, esclarece.
O excesso de gordura ao redor dos joelhos também pode interferir na postura e na forma de caminhar, contribuindo para inflamações nas articulações e favorecendo o desenvolvimento de quadros de artrite.
Para aliviar os sintomas, é essencial adotar uma abordagem integrada. “A fisioterapia tem papel fundamental no controle da dor, aliada a técnicas manuais, manipulação local, uso de roupas compressivas sob medida, exercícios específicos para os joelhos e, quando necessário, drenagem linfática manual frequente. A orientação nutricional também faz toda a diferença”, destaca o médico.
Ele ainda faz um alerta importante: “Mesmo após a perda de peso, pessoas que foram obesas e têm lipedema continuarão com depósitos localizados de gordura. Por isso, o diagnóstico preciso é fundamental para indicar o melhor caminho terapêutico.”