Cardiologista alerta: 20% dos brasileiros podem ter algum tipo de arritmia ao longo da vida

 

Um gesto simples que faz toda a diferença para o coração (Foto: Freepik)

Data nacional de conscientização reforça importância do diagnóstico precoce e dos cuidados preventivos para evitar a morte súbita

 

O coração humano bate, em média, 100 mil vezes por dia — e qualquer alteração nesse ritmo pode ser um sinal de alerta. As arritmias cardíacas, que são mudanças na frequência ou na regularidade dos batimentos, podem deixar o coração muito rápido (taquiarritmia), muito lento (bradiarritmia) ou irregular. Embora muitas sejam benignas, algumas podem causar morte súbita ou comprometer a função cardíaca.

De acordo com um dos coordenadores da Cardiologia do Hospital Anchieta, Edson D’Ávila, o problema é mais comum do que parece. “Estima-se que cerca de 20% da população brasileira apresente algum tipo de arritmia ao longo da vida. O mais importante é que, na maioria dos casos, é possível diagnosticar e tratar antes que ocorram complicações graves”, afirma o médico.

A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) aponta que entre 200 e 300 mil brasileiros morram subitamente a cada ano, sendo que 80% dessas mortes têm origem em arritmias ventriculares graves, geralmente associadas a doenças estruturais do coração. O Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, celebrado em 12 de novembro, chama atenção para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dessas condições.

A morte súbita é uma ocorrência inesperada e frequentemente fatal, que pode estar relacionada a infarto do miocárdio, doenças do músculo cardíaco (cardiomiopatias), miocardites, doenças coronarianas, síndromes genéticas que afetam o ritmo do coração, uso de drogas estimulantes e distúrbios eletrolíticos.

Edson D’Ávila reforça que as arritmias podem acontecer com qualquer pessoa, mas o risco é maior em quem tem pressão alta, diabetes, colesterol elevado, obesidade ou faz uso de álcool, cigarro e estimulantes. “Sinais como palpitações, tontura, desmaios, falta de ar, dor no peito ou fraqueza repentina não devem ser ignorados. É fundamental procurar um cardiologista para uma avaliação completa”, orienta o especialista.

Embora mais comuns em idosos e em pessoas com doenças cardíacas, há formas genéticas e funcionais que podem atingir jovens e atletas aparentemente saudáveis — muitas vezes reveladas apenas após esforço físico intenso.

A boa notícia é que a prevenção é possível. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente, evitar fumo e álcool em excesso e controlar o diabetes, a pressão e o colesterol são atitudes que protegem o coração e reduzem o risco de arritmias.

“O check-up cardiológico é essencial. Quanto mais cedo a arritmia for identificada, maiores são as chances de tratamento eficaz e menor o risco de morte súbita”, recomenda D’Ávila.

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