Câncer de pulmão continua a ser o mais letal, apesar dos avanços no tratamento

   A doença, que vitimou a atriz Aracy Balabanian, nesta segunda-feira (07), aos 83 anos, é o quarto tipo de câncer mais incidente no Brasil e o mais letal 

Créditos: Shutterstock

 

Agosto Branco é a campanha que visa conscientizar a população sobre esse tipo de câncer, que apresenta um fator de risco bem estabelecido, o tabagismo. “Cerca de 80% dos casos de câncer de pulmão estão associados ao fumo”, afirma a médica Carla Cristhian de Morais Santos, oncologista do hospital Anchieta, pertencente à Kora Saúde. 

 

Em 2023, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que serão diagnosticados, no Brasil, 32.560 novos casos de câncer de pulmão, traqueia e brônquios, sendo 18.020 em homens e 14.540 em mulheres. Essas projeções representam um risco estimado de 17,06 casos novos a cada 100 mil homens e 13,15 para igual número de mulheres. 

 

Na população do sexo masculino, a doença é mais incidente em razão de o tabagismo ser mais frequente entre os homens. No entanto, com as mudanças comportamentais, os casos em mulheres têm aumentado. 

 

Avanços no tratamento 

“Muitos avanços no tratamento da doença ocorreram nos últimos anos”, afirma a dra. Carla Morais, citando como exemplos o surgimento de ferramentas diagnósticas, com a divulgação e a criação de programas de rastreamento do câncer de pulmão para a população de risco; as novas técnicas cirúrgicas, como a cirurgia robótica; e os tratamentos oncológicos específicos, como a imunoterapia e a terapia-alvo. De acordo com a oncologista, esses avanços têm modificado a história natural da doença, permitindo melhorar os desfechos clínicos dos pacientes. 

 

Outros fatores de risco 

O tabagismo é o principal causador de câncer de pulmão, incluindo-se o fumo passivo e o cigarro eletrônico. Entre os 20% de casos que não são associados ao tabagismo, as causas podem ser: 

  • Doenças pulmonares. As pessoas que já tiveram doenças pulmonares intersticiais, por exemplo, têm maiores chances de desenvolverem esse tipo de câncer. 
  • História familiar. O risco de desenvolver esse câncer é maior para quem tem um parente próximo, como pais ou irmãos, com a doença. 
  • Idade. Os casos da doença surgem, com mais frequência, a partir dos 45 anos de idade. As maiores taxas da doença estão entre as pessoas idosas.  
  • Outro fator de risco que merece destaque é a poluição. De acordo com pesquisas, há uma relação direta entre incidência de câncer de pulmão exposição ao ar poluído. Em especial, são consideradas as exposições ao:  
  • gás radônio: esse gás radioativo é produzido pela quebra natural do urânio no solo, na rocha e na água. Eventualmente, se torna parte do ar que as pessoas respiram. Níveis inseguros de radônio podem se acumular em qualquer prédio, incluindo os residenciais; e 
  • amianto: a inalação da fibra de amianto no local de trabalho como, por exemplo, em atividades de mineração - também pode aumentar o risco de desenvolver a doença. 


Prevenção 

A principal prevenção ao câncer de pulmão é não fumar. Porém, para pessoas que não fumam, mas que têm histórico familiar de câncer de pulmão, é necessário realizar exames periodicamente para monitoramento da saúde. “É importante lembrar que existe rastreamento para a população de risco”, alerta a oncologista do hospital Anchieta.  

 

Segundo a médica, os critérios para o rastreamento são o histórico de tabagismo maior ou igual a 20 maços/anos; a idade entre 50 e 80 anos; e se a pessoa é fumante ou ex-fumante há mais de 15 anos. Essa população de risco deve ser submetida à tomografia de baixa dose, anualmente, com intuito de rastrear o câncer de pulmão, podendo impactar na redução da mortalidade de 26%”, explica a oncologista 

 

Atendimento multidisciplinar 

No hospital Anchieta, a partir do momento em que se tem a suspeita e a confirmação diagnóstica do câncer de pulmão, o paciente é acolhido por uma equipe multidisciplinar, composta por oncologista clínicos, cirurgião torácico, pneumologista, radioterapeutas e equipe de enfermagem. “Essa equipe conduz o tratamento de acordo com o estadiamento clínico do paciente, desde a cirurgia até tratamento com quimioterapia ou imunoterapia com individualização do cuidado oncológico”, informa a dra Carla Morais. 

 

 

Sobre a Kora Saúde 

A história da Companhia começou em 2001, com a inauguração do Meridional Cariacica, no Espírito Santo. Em 2008, a Rede Meridional fez a incorporação do Hospital São Luiz e do Meridional Praia da Costa; em 2011, adquiriu o Hospital São Francisco, de Cariacica (ES); e, em 2011, a participação da rede cresceu no Espírito Santo, com o Meridional São Mateus. A evolução da gestão hospitalar, com a criação da Kora Saúde, ocorreu em 2018. 

 

A partir daí, além de fazer novas aquisições no Espírito Santo, o Grupo chegou a outros estados e ao DF. Hoje, a Kora Saúde tem 17 hospitais, com mais de 2 mil leitos, dos quais 500 são de UTI. 

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