OPINIÃO: A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança; é, sobretudo, o maior elemento de estabilidade das instituições

Setembro traz ventos primaveris



É a estação das flores e também, talvez por isso, das conquistas libertadoras.

Nas duas últimas décadas, a primavera soprou forte em vários países, principalmente árabes.

Nas terras tupiniquins, continua tudo igual como sempre esteve.

O povo trabalhando, quando deixam, o país oficial se esbaldando gastando o dinheiro subtraído do povo sem oferecer nada em troca, e a a "grande mídia", ventríloquo desse país oficial, profetizado por Machado de Assis, continua tentando enganar a nação inventando narrativas, naturalmente draconianas, que não resistem a uma piscadela pro espelho.

Agora, querem que a nação pense que a manifestação de 7 de setembro seria um ato a favor de Bolsonaro.

Não, não se trata de ato pró-governo.

Sem qualquer desdouro para os militantes bolsonaristas, só essa motivação faria da manifestação algo pequeno.

Trata-se de algo muito maior, a manifestação popular da independência representa um sentimento de indignação que aos poucos invadiu os corações dos verdadeiros brasileiros, daqueles que "de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." se cansaram de sustentar esse país oficial que nada produz de positivo e resolveram dizer isso da forma mais clara possível, nas ruas.

Muitos estarão lá para dizer que qualquer ocupante de função pública independentemente do cargo que lhe foi outorgado, seja ele agente administrativo, técnico, professor, cientista, analista, advogado, promotor, juiz, ministro, deputado, senador, presidente, todos são SERVIÇAIS da nação, devendo servi-la e não se servir.

Por isso mesmo, todos devem prestar contas dos seus atos, e TODOS podem ser investigados.

A nação nunca emprestou imunidade a nenhum dos seus serviçais, nem lhes outorgou poderes sobrenaturais, nem divinais nem demoníacos.

Por isso mesmo, o inexplicável e indefensável ato do presidente do Senado, rejeitando liminarmente a possibilidade de investigar ministros do STF não ajudou a encobrir nada, ao contrário contribuiu para jogar mais desconfianças sobre os integrantes do país oficial, aumentando a indignação já incontida.

Como se pode ver, o sete de setembro é um sentimento de indignação, sem prisão ideológica, e com uma ânsia irrefreável de liberdade, por isso sua grandeza.

Nós mesmos, temos motivações diferentes, mas objetivos idênticos.

Enquanto o desejo de liberdade nos une, os motivos nos tornam diferentes.

Um vai pedir foraglobolixo, outro vai pedir o cumprimento da obrigação de investigar a todos os serviçais da nação, outro lutará para que respeitem a liberdade de expressão e outro pedirá que ninguém seja preso sem sequer ser processado.

Muitos pedirão que os serviçais se limitem a cumprir suas obrigações, sem meter a colher enferrujada nas obrigações dos outros.
Enfim, o sete de setembro será símbolo de uma luta para resgatar um país sequestrado enquanto os de boa fé trabalhavam arduamente em busca de prover o sustento da família.

A confirmar a atualidade do águia de Haia, finalizamos com outra lição ministrada:

"Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado."

Brasilia, 02 de setembro de 2021.
Amilton Figueiredo
André Gomes
Kaydher Lasmar
Mário Sérgio Costa Ramos
Raimundo Ribeiro
Cidadãos indignados

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