No mês da conscientização para preservação dos
antimicrobianos, o profissional ressalta as consequências de tomar remédios sem
prescrição
Os
alertas contra a automedicação estão cada vez mais intensivos. Isso porque o
uso inadequado de medicamentos pode causar uma série de complicações à saúde
das pessoas, entre elas, reações alérgicas que podem levar à morte.
Além
disso, alguns medicamentos podem acelerar a resistência corporal, fazendo com
que a sua eficiência diminua consideravelmente ao longo dos anos, a exemplo dos
antibióticos, compostos poderosos que auxiliam o tratamento de infecções
causadas por vírus ou bactérias.
O
infectologista do Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), Guilherme
Sócrates, afirma que antibióticos devem ser usados apenas em processos
infecciosos que tenham como fatores causadores microrganismos sensíveis ao
antibiótico escolhido.
“Devemos
tentar a identificação microbiológica, sempre por meio da coleta de materiais
dos focos de infecção para que sejam cultivados, na tentativa da descoberta do
agente causador do processo infeccioso”, explica.
O
maior risco do uso de forma incorreta é a criação de um agente super-resistente
que não consegue ser tratado com drogas convencionais, podendo até mesmo levar
o paciente a óbito. “O uso do antibiótico deve ser feito de forma consciente,
com indicação médica após diagnóstico correto. O uso adequado pode trazer benéfico
para o processo de combate e recuperação no tratamento de doenças”, afirma.
Alerta
mundial
Para
alertar a população sobre a importância de preservar o poder dos
antimicrobianos por meio de uso adequado, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
criou a Semana Mundial da Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos, que
aconteceu entre os dias 18 e 24 de novembro. A iniciativa global, que acontece
anualmente desde 2015, promove campanhas de conscientização e incentiva as
melhores práticas entre o público geral, profissionais da área da saúde e
gestores públicos para prevenir o desenvolvimento e propagação de infecções
resistentes aos antimicrobianos.
No
Brasil, o projeto é encabeçado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). De acordo com dados do Governo Federal, no país, o monitoramento
da resistência microbiana é feito em aproximadamente 1,8
mil hospitais com leitos de UTI. A área da Anvisa responsável
por esse trabalho é a Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços
de Saúde (GVIMS), vinculada à Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de
Saúde (GGTES), que, periodicamente, divulga boletins
nacionais sobre o assunto.
Guilherme
ressalta ainda que a conscientização é
importante para que os remédios possam continuar sendo usados no tratamento
correto de pacientes. “É bom lembrar que antibióticos, assim como qualquer
outra medicação, só devem ser usados por indicação médica, pelo tempo certo e
na dosagem certa. Somente assim preservaremos as drogas hoje existentes,
possibilitando salvar vidas de pacientes que precisam”.
O que é resistência microbiana?
De
acordo com dados divulgados antes da pandemia, a situação já era preocupante:
no cenário mais drástico, até 2050, a chamada resistência microbiana poderá
estar associada a 10 milhões de mortes anuais. Hoje, acredita-se que pelo menos
700 mil pessoas morrem por ano devido à essa resistência microbiana, segundo a
Organização Mundial da Saúde.
"A
bactéria desenvolve mecanismos para escapar do ataque dos remédios, como por
exemplo, alterando o sítio de ligação do antibiótico à sua célula, ou criando
uma camada mais espessa que impede a penetração da droga ou até mesmo criando
um sistema de bombeamento da droga para o meio externo, após sua incorporação.
Assim ela escapa dos ataques e sobrevive, mesmo com a presença do agente anti-infeccioso”,
diz o doutor.
Os
antibióticos constituem um grupo de medicamentos comumente utilizados para
combater infecções. Porém nem sempre são ministrados da forma correta, tornando-se
assim uma ameaça para a saúde das pessoas.
O
HUTRIN (Hospital Estadual de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos) é
uma unidade de assistência, ensino e pesquisa, que integra a Rede Estadual de
Hospitais de Urgências e Emergências do Estado de Goiás (Rede HUGO). O Hospital
tem 48 leitos, sendo oito de UTI, perfil assistencial voltado para baixa e
média complexidade em clínica obstétrica, clínica cirúrgica e clínica médica e
clínica ortopédica sendo referência para Trindade, onde está localizado, e as
cidades vizinhas. Desde o dia 25 de agosto de 2019, o HUTRIN encontra-se
sob a gestão do Instituto de Medicina,
Estudos e Desenvolvimento – IMED, uma Organização Social (OS) que se
destaca pela prestação de serviços e desenvolvimento de projetos que
proporcionem bem-estar, saúde, cidadania e dignidade às pessoas. O IMED
administra o HUTRIN para que ele funcione com qualidade 24 horas por dia, todos
os dias da semana.
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