Hoje (14) é comemorado o Dia do Médico Nuclear, profissional cujos
desafios passam por tornar a profissão mais conhecida e acessível.
Criada na década de 50, a Medicina Nuclear é considerada uma das mais
novas especialidades médicas na área de diagnóstico e tratamento. Apesar das
inúmeras vantagens que oferece, ainda é pouco conhecida e pouco indicada. Portanto, hoje (14), no dia em que se celebra o Dia do Médico Nuclear, especialistas da área têm conquistas a comemorar e muitos desafios pela frente.
Mas, afinal, o que é e para que serve a Medicina Nuclear?
Esta é uma especialidade
médica voltada para o diagnóstico e tratamento de doenças, mediante o uso de
fontes radioativas e traçadores, de uma forma segura e indolor. Com métodos não
invasivos, emprega baixas doses de radiação capazes de identificar precocemente
alterações no funcionamento do organismo, em áreas como cardiologia, oncologia,
hematologia e neurologia.
De acordo com o endocrinologista
e médico nuclear Alaor Barra, a principal vantagem da área é visualizar órgãos,
de forma mais precisa, nos seus níveis celulares e moleculares, o que possibilita
o diagnóstico precoce. “É um método funcional que vai na direção contrária aos
estudos convencionais. Estes avaliam alterações morfológicas, que, geralmente, só
são identificadas mais tardiamente”, explica.
Já na área de terapia, a
medicina nuclear é utilizada no tratamento de doenças benignas, como o
hipertireoidismo, ou ainda no tratamento do câncer de tireoide e outros tumores
específicos. Além disso, funciona para aliviar dores em pacientes com
metástases ósseas.
Por razões como esta, destaca
Barra, a Medicina Nuclear é uma área que está se desenvolvendo muito. “Cada vez
mais percebemos a procura por tratamento de ‘células-alvo’, ou seja, dirigido
somente para a região do tumor, sem prejudicar outras partes normais do
organismo, diferente do que ocorre, por exemplo, em tratamentos com quimioterapia”.
Ainda no ramo da oncologia, os
estudos de PET (tomografia por emissão de pósitrons) são fundamentais para checar
a extensão do tumor, a resposta a tratamentos e avaliar eventuais recidivas da
doença. “Isso tem revolucionado a abordagem em alguns tipos de câncer, como o câncer
de próstata”, ressalta o profissional, que, por atuar e dirigir o IMEB (Imagens
Médicas de Brasília), tem acompanhado tais avanços de perto.
No entanto, apesar dos avanços
que possibilita em diagnósticos e tratamentos, a Medicina Nuclear ainda é pouco
conhecida e subutilizada. Isso se deve, em partes, à menor disponibilidade dos equipamentos
necessários em centros hospitalares e ao desconhecimento dos profissionais
médicos do valor do método, que terminam por optar por métodos radiológicos
mais difundidos.
Somado a isso, por falta de
uma maior divulgação dessa especialidade, existe ainda um certo medo nas
pessoas relacionado à radiação nuclear, o que também compromete o acesso aos
seus benefícios. “Tornar a medicina nuclear mais acessível trará inúmeras
vantagens para a população e para a área em si, uma vez que isso também
contribuirá ainda mais para o seu constante aperfeiçoamento. Esse é um dos
nossos maiores desafios”, pontua o diretor do IMEB.
Endocrinologista e médico nuclear, Alaor Barra




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