Na série de entrevistas com pré-candidatos ao Palácio do Buriti, nas Eleições de 2018, conversamos, hoje, com o deputado Izalci Lucas (PSDB). Abordamos sua proposta, possíveis coligações e os desafios para o Governo de Brasília. Izalci quer acelerar procedimentos no governo do DF com tecnologia
O parlamentar afirma que a população do Distrito Federal perdeu a qualidade de vida, e denuncia o caos da saúde. Reclama da falta de autonomia dos administradores regionais que não podem nem mesmo tapar um buraco. Izalci fala das novas lideranças para disputar uma vaga na Câmara Distrital e Federal e as futuras coligações. Entre os pré-candidatos, o ex-secretário de Segurança, Sandro Avelar, o advogado Paulo Fernando que já concorreu na última eleição e a novidade maior são as tratativas para que Ronaldinho Gaúcho, ex-craque da Seleção Brasileira, do Inter, do Grêmio e do Atlético Mineiro, dispute uma vaga para a Câmara Federal pelos tucanos. O parlamentar quer tecnologia moderna no governo para sair do analógico.
O senhor é, candidato a governador do Distrito Federal?
Izalci Lucas (PSDB-DF). “Sim, sou pré-candidato a governador” anuncia o tucano.
O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) confirma, sem rodeios, sua disposição de concorrer ao Governo do Distrito Federal. “Sim. Sou pré-candidato ao Palácio do Buriti. Depende ainda das convenções. A gente não pode ainda fazer campanha, mas eu sou pré-candidato, não simplesmente pelo nome, mas pelo trabalho que nós estamos realizando já a algum tempo. Desde 2012 que nós estamos preocupados com o DF, no sentido de gestão. O governo tem conduzido muito mal, talvez pela falta de preparo, ou pela falta de planejamento. Não dá mais para ter aventureiros no governo. Tem que ter pessoas que tenham projeto e que tenham propostas muito concretas. Brasília passa por uma situação muito difícil, em função dos desgovernos. Principalmente, pelo último, e pelo penúltimo: Rollemberg e Agnelo”, assinalou.
Eleição caiu no colo de Agnelo e Rollemberg
Izalci diz que “ambos (Agnelo Queiroz e Rodrigo Rollemberg) ganharam a eleição que caiu no colo deles; ganharam por WO praticamente, e foram surpreendidos porque eles não estavam preparados para governar. Percebe-se claramente que eles estão perdidos, e Brasília, com isso perde a qualidade de vida. Nós já não somos mais melhores em nada, e já fomos referência em todas as áreas. Brasília, hoje, padece em todas as áreas”.
Hospitais esquentando água em chaleiras
“O que está acontecendo hoje com a saúde, é uma coisa inexplicável. Quando você chega num hospital que já foi referência nacional, como é o caso do Hospital de Base, que tem os melhores profissionais, e tem os melhores equipamentos do país; você assistir às pessoas esquentando água num forninho de micro-ondas, numa chaleira, para dar banho nos pacientes. É um negócio assim que chega a ser ridículo; e ainda mais se o argumento é que faltou óleo diesel nas caldeiras”, enfatiza Izalci.
Desenvolvimento econômico é a solução para Brasília
Nós já estamos envolvidos nesse projeto Todos pelo DF desde 2012, agora mais intensamente nas cidades, porque eu acredito que a única solução para Brasília passa pelo desenvolvimento econômico. Basta você ter um polo de desenvolvimento em cada cidade para que as pessoas trabalhem na cidade, invistam na cidade, tenham orgulho de morar na cidade, que votem na cidade.
Cidades estão largadas, falta gestão
“É o que está faltando hoje. As cidades estão largadas, estão sem a sua representação. Não tem gestão nenhuma”, afirma Izalci Lucas, acrescentando que “o administrador não tem gestão nenhuma. Veja uma cidade como Ceilândia, com 600 mil habitantes, que talvez esteja entre as 30 ou 40 maiores cidades do país, e o administrador não tem autonomia para tampar um buraco em frente à administração; portanto, é inviável”.
Coligações com outros partidos em Brasília
“Nós temos conversado com muitos partidos. Temos conversado. É evidente que esta questão de coligações, trataremos disso mais na frente. Minha preocupação hoje é com o plano de governo. Mais difícil do que ganhar a eleição este ano, vai ser governar. Então, o que nós temos que fazer? Temos que cuidar de um planejamento muito consistente para saber desde o primeiro dia o que você vai fazer no primeiro ano, nos primeiros 100 dias, no segundo ano, no décimo ano. Para você estabelecer as suas prioridades, e quem sabe o que é melhor é quem mora nas cidades, nós estamos indo em cada cidade, levantando as demandas, as necessidades, e elencando as prioridades, para fazer um planejamento bem feito, e buscar não só aquilo que será feito, mas também nós temos que definir antecipadamente com quem nós vamos fazer isso”, argumenta Izalci Lucas.
Comprometimento e acordo com partidos
“Nós estamos conversando. Desde o ano passado nós tivemos conversando com o PMDB, PPS, Democratas, PTB, e com o PR. E também com os partidos que já estão mais ligados a gente em termos de candidatura de distrital, que é o PSDC, PSC e PRP. Então, tem vários partidos; o próprio partido da Mulher Brasileira”, aposta o parlamentar do PSDB.
Plano de Governo costurado com outros partidos
“A gente tem conversado com muitos partidos que vão caminhar com a gente. Nós estamos trabalhando num Plano de Governo, porque nós queremos definir com antecedência”, antecipa Izalci Lucas. E explica: “Primeiro, o que nós vamos fazer? Com que recursos? Quando nós vamos fazer? Nós queremos rever todo esse quadro porque um dos problemas que esse governo tem é isso. Ele não tinha quadros, não tinha grupos para governar. E aí, acaba governando com os inimigos”.
PSDB tem quadros qualificados em todo o País
“O PSDB tem quadros, e estamos buscando isso. Não só em Brasília, mas no Brasil. Pessoas prontamente qualificadas. A melhor bancada, a melhor gestão. Se você olhar os Estados e os municípios governados pelo PSDB, é diferente. Nós não estaríamos nesta situação se estivéssemos aqui sendo governados pelo PSDB. O PSDB nunca governou Brasília. Isso que eu estou convencendo a nacional”, afirma Izalci.
Brasília prioridade para o PSDB
“Já fizemos alguns encontros e vamos fazer outros. A minha proposta que está sendo bastante absorvida, é que o PSDB Nacional coloque a Capital da República, o Distrito Federal, como uma prioridade, porque a eleição em Brasília é simbólica”, argumenta o deputado”. Considera importante o PSDB “assumir uma gestão da nossa cidade para que se possa resgatar a qualidade de vida que nós já tivemos aqui”.
Alguns já admitiram ser pré-candidatos, o próprio governador, que deve buscar a reeleição, o Alírio Neto, o Alberto Fraga. O Jofram Frejat, o senhor tem tido alguma conversa com ele?
“O Frejat é meu amigo, pessoa muito competente. Quero ele do meu lado. O Jofram tem que estar conosco. Acho que o Fraga também deve caminhar com a gente; independente de qual o cargo, o próprio Alírio também. Desde a primeira reunião a gente vem conversando sobre essa ideia de estarmos todos juntos. A gente não pode estar junto em torno de um nome. Nós temos que estar junto encima de um projeto. Brasília precisa muito mais de um projeto do que de nomes. Espero que a gente consiga caminhar juntos. Não só com eles, mas tenho conversado muito com o Cristovam também, que hoje está no PPS, um partido que tem tudo para caminhar com a gente. ”
Cristovam busca reeleição?
É. Ele vem para o Senado.
O Reguffe, é bastante citado por aí. Como o senhor vê a participação do senador Reguffe em 2018?
Reguffe não é candidato.
“O Reguffe é uma pessoa muito importante no processo. Ele pode ajudar a definir a eleição; como já definiu. Não tenha nenhuma dúvida de que esse governo que está aí só foi eleito graças a ele, e ao próprio Cristovam; mas em especial, ao Reguffe. Não só esse, como o anterior também.Eu sei que o Reguffe está muito preocupado em participar, e ele não será candidato. Já manifestou isso muitas vezes. É meu amigo, eu gosto dele, e acho que ele vai nos ajudar muito.
Desonerar Medicamentos, o pedido não atendido de Reguffe
“Fico de certa forma surpreso, e até questiono muito o fato de o governador não ter cumprido o que ele prometeu, que são coisas simples, coisas básicas. O que o Reguffe pediu é uma coisa simples que o governador podia ter feito. É a questão dos medicamentos, uma bandeira do Reguffe já há muitos anos, quando ele esteve aqui na Câmara e no próprio Senado, que ele apresentou essa proposta de desonerar os medicamentos, de tirar os impostos dos medicamentos. É uma coisa tão óbvia, que não precisaria de nenhum esforço para fazer isso. Mas infelizmente, o governador não cumpriu aquilo que prometeu para ele.
Nós estamos buscando o apoio dele. E com o Cristovam e o Reguffe nos ajudando, tenho certeza, que com um esforço muito grande, temos um projeto.
Não dá para ficar apenas em nomes. O Reguffe é uma pessoa série, não disputará a eleição, até porque uma das bandeiras dele de campanha foi de cumprir o mandato, e ele cumpre aquilo que fala sempre. Acho que ele vai estar nos ajudando também”.
Joe Valle, o senhor acredita que seja candidato ?
“Uma boa pessoa. Ele me disse que não é candidato ao governo. É candidato a federal, mas é evidente que ele tem uma visão muito boa. Mas uma experienciazinha com o mandato e como presidente da Câmara Legislativa. Foi secretário, foi também secretário em ministério, tem uma experiência do Executivo, é importante, e é empresário. Ele também sabe da dificuldade que é o empreendedorismo, que é manter o emprego. Joe está num bom caminho, e acho que ele inclusive, pode nos ajudar. Eu tenho uma reunião esta semana com o PDT para conversar com eles também sobre o nosso projeto. Espero que a gente possa contar também com o Joe no nosso grupo”, acredita Izalci,
Deputados Federais, nomes para disputar no Distrito Federal pelo PSDB?
“Nós já temos aqui, que já foi experimentado, o Paulo Fernando, que teve mais de 28 mil votos. Este continua candidato a federal. A própria Maria de Lourdes Abadia, que teve uma votação expressiva, só não foi mais expressiva em função do momento, o irmão dela tinha falecido, estava com câncer. Um momento muito difícil para ela, mas ajudou o partido”, admite Izalci.
Tucanos começam entendimentos com candidatos
O deputado comemora o ingresso de “várias pessoas novas, empresários novos que entram agora no partido e pretendem sair candidatos a federal”. Segundo o tucano, “nós já iniciamos na semana passada um atendimento aos pré-candidatos a federal e distrital no partido. Segunda e sexta eu estou no partido conversando com muitas pessoas. Tem várias pessoas que nós convidamos e estamos aguardando, na prática, a maioria deles estão aguardando setembro, que é o mês que pode haver mudança na legislação. Isso pode interferir na decisão. No critério de como será a próxima campanha. Tem que aprovar até setembro para valer para a próxima eleição. Estamos aguardando, inclusive, o Sandro Avelar”.
Ouvi falar que tem algumas personalidades do mundo futebolístico estariam dispostas a vir concorrer em Brasília, pelos tucanos, tipo Ronaldinho Gaúcho. É verdade?
“Eu recebi os representantes dele aqui. Ele pretende se filiar ao PSDB, e ser candidato. Nós estamos em processo de conversa. É que a gente está aguardando setembro para ver a mudança da legislação par ver de que forma. Ele me ajudou muito no Atlético Mineiro, sou atleticano, você sabe disso. Nos deu o título da Libertadores, somos campeões mineiros. É um nome importante. A partir de outubro, após ser definida a nova legislação, nós deveremos ter nomes para todos os cargos no PSDB do DF”.
A situação é caótica, é difícil, avalia deputado
“No momento nós vivemos de plantão, analisando o dia a dia, o que está acontecendo. O PSDB tem uma grande responsabilidade, que é com o país. Isso não é com o Temer, não é com o Governo, é com o País. Muitos sabem que é o PSDB que dá sustentação, que dá credibilidade ao governo. Nós somos os protagonistas do impeachment; nós colocamos uma pauta para ao país, que de certa forma, está sendo tocada. Vai depender muito agora da situação do governo. Tem alguns deputados querendo o desembarque imediato. Nós temos uns mais conservadores que viveram a experiência da inflação, da desorganização econômica, que tem uma preocupação maior com a estabilidade. Cada dia é uma agonia. Nós temos novidades todos os dias. A situação é caótica, é difícil. Essa reunião de São Paulo serve para uma avaliação, não é decisão nenhuma, porque quem vai decidir é a Executiva. Não está marcada a reunião da Executiva. A bancada toda a semana se reúne, provavelmente na terça-feira estaremos novamente reunidos para discutir essa questão”, esclarece Izalci Lucas
O grande desafio, sua primeira preocupação, caso o senhor seja eleito governador?
“A primeira preocupação nossa já estamos trabalhando nisso, é a questão do desenvolvimento econômico. Nós temos hoje 400 mil desempregados, a arrecadação caindo, as empresas foram embora devido a inabilidade e incompetência do governo. Então, praticamente nossas empresas quem não foram, estão se preparando para ir embora. Esse vai ser o grande o nosso desafio, trazer de volta a essas empresas que saíram, e também trazer novas empresas; trazer emprego e desenvolvimento em cada cidade. Nosso trabalho é dar m autonomia para as cidades, não só trazendo emprego e gerar renda. Por isso temos que desenvolver as metas que vamos implementar para dar autonomia”, programa Izalci.
Utilização plena da tecnologia, o grande desafio
“Estou resgatando as prefeituras de quadra, aplicando a tecnologia. O governo ainda vive num mundo analógico. Temos que informatizar o governo, colocar as pessoas na ponta, que moram nas quadras, nos conjuntos; para cuidar da quadra, para nos orientar, para encaminhar para as administrações os problemas para que sejam reparados imediatamente. Mas o grande desafio, é, resgatar a qualidade de vida que nós já tivemos na saúde, na educação, e na segurança. O grande desafio também é gerar emprego. O primeiro ato de cidadania é o emprego. A pessoa que não tem emprego, as consequências são gravíssimas”, promete Izalci.
Insegurança leva as pessoas para crime, para as drogas
“A insegurança em função do medo, do desemprego, a carência, levam as pessoas para o crime, para as drogas. Nós temos que investir muito na educação integral, colocando o jovem na escola, praticando esportes e lazer. Não tem nada mais barato para o governo, do que a política de esporte, cultura e lazer”, destaca o deputado do PSDB.
O que falta é gestão, sentencia tucano
“Não é difícil, o que falta é gestão. A gente fica preocupado em falar esse termo gestão, porque o Agnelo tinha gestão, o Rollemberg tinha gestão, e o termo está meio desgastado. Como nunca foram gestores, acabaram comprometendo o nome, mas a questão mesmo é gestão; é tecnologia. Segurança com tecnologia, informatizar o governo. Não tem sentido hoje, o cidadão enfrentar uma fila de duas horas de ônibus para marcar uma consulta que você pode fazer pela internet, fazer uma matrícula pela internet. Basta ter criatividade e ousadia, coisa que anão tem nesse governo”, planeja Izalci.
O exemplo de João Doria na Prefeitura de São Paulo
“O Doria está mostrando isso. A mesma coisa que ele fez com os hospitais nós temos que fazer em Brasília”, promete Izalci Lucas. “Nós temos hoje no Distrito Federal, dois mil pacientes para fazer exame de câncer, uma coisa absurda. Hoje as pessoas estão ficando trancadas em casa com medo de sair para a rua. Tem que botar a meninada nas quadras fazendo educação física, ocupando e os espaços. Tem que botar atividade nas praças, ocupar as praças com cultura, esporte, lazer, e ocupar os espaços, conclui o parlamentar tucano, candidato ao Palácio Buriti.
Fonte: Blog do Edgar Lisboa.